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sábado, 11 de julho de 2009

A Educação Sexual

A Educação Sexual é uma área de ação e pesquisa destacada, no campo de investigação da Sexualidade Humana.
Trata-se de reconhecer a especificidade da atuação educacional no tocante à sexualidade. Entendemos a educação em seu sentido lato e estrito. No sentido mais geral a educação é inerente à condição humana, é a própria produção social do homem em sociedade. Já num sentido estrito a educação é a ação intencional, institucionalizada, de formação de papéis sociais, construção de referenciais teóricos e práticos, transmissão de uma grade de valores e representações culturais hegemônicas numa determinada tradição cultural e histórica.
A educação intencional tem na criação e invenção social da escola um determinante basilar. Com as transformações históricas a escola passou a ser a mais importante instituição de educação na sociedade. A educação escolar é, portanto, a máxima expressão da educação intencional e objetiva. A educação sexual na escola é a derivação da educação escolar mais geral, direito das pessoas, dever do estado e da sociedade.

Adolescência e Sexualidade
Adolescência
A adolescência é um período do desenvolvimento humano que se estende, aproximadamente, dos 10 aos 19 anos de idade (segundo a OMS), caracterizado por uma revolução bio-psico-social. É um período de grande crescimento e transformações, onde tudo é vivido intensamente.
Durante este período de transição do estado infantil para o estado adulto, o jovem geralmente apresenta comportamentos instáveis, variando suas ações e opiniões, num "experimentar" que o levará a definição de sua identidade (tarefa básica desta fase). O adolescente deve definir sua identidade em três níveis: sexual, profissional e ideológico. Durante o processo, ele poderá adotar diversos tipos de identidades, de acordo com novas aquisições, diante de situações novas ou em função do grupo circunstancial ao qual está ligado. Estas várias identidades se alternam ou coexistem num mesmo período, refletindo a luta do jovem pela aquisição do eu e definição da identidade adulta.
Todas essas mudanças trazem perdas. Ao crescer desenvolver-se, o adolescente vê-se diante de três lutos:
Luto pelo corpo infantil: o corpo transforma-se e adquire uma nova forma. Isto é incontrolável e independe de sua vontade. O jovem sente-se impotente diante do poder das alterações que vem sofrendo e, ao mesmo tempo, desejo desse porvir.
Luto pelo papel e identidade infantis: o adolescente perde os privilégios e a condição de criança, que darão lugar a novos aspectos. Perde as coisas relacionadas ao "ser criança".
Luto pelos pais da infância: o adolescente percebe que não terá mais a segurança dada pelos pais durante a infância. Ao mesmo tempo, vai descobrindo que seus desejos e idéias não são concordantes com os dos pais, sente remorso em assumi-los pelo temor as conseqüências (entre elas, a perda dos pais da infância).
Além disso, o crescimento físico traz consigo novidades (dúvidas, ansiedades, vontades), desencadeando, também, uma desestabilização da auto-estima que gera medo, angústia, conflito e vergonha (por falta de informação sobre estas transformações).
Contudo, este processo de crescimento corporal não traz só perdas. O adolescente ganha força, a possibilidade reprodutiva e sexual, e uma imagem corporal mais próxima à do adulto.
Além do processo de mudanças e transformações, a adolescência caracteriza-se pela:
tendência grupal: o grupo dá segurança para o jovem; o ajuda a configurar-se; nele, todos se identificam uns com os outros; há transferência de parte da dependência familiar para o grupo; ajuda a vivenciar, na prática, o exercício do bem e do mal (experenciar a crueldade e violência, a culpa se dissolve no grupo);
necessidade de intelectualizar e fantasiar: provocada pela vivência dos lutos, serve como forma de reparar a angústia das perdas;
desestruturação corporal: o adolescente imobiliza o tempo, tentando preservar as conquistas passadas e apaziguar as angústias relacionadas ao futuro;
atitude social reivindicatória;
constantes flutuações do humor e estado de ânimo;
comportamento impulsivo, rebelde, critico, arrogante;
desafio à autoridade dos pais; etc.






Um comentário:

  1. Parabéns pelo texto e pelo blog.
    São espaços como este que auxiliam os pais na orientação correta dos seus filhos à luz de uma espiritualidade que reflete os caminhos da paz e nos faz compreender melhor por onde e como caminhar.
    Paz e bem,
    Nivaldo

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